Tuesday, April 24, 2007

declaração de amor

(nb: este post foi praticamente todo escrito no dia 14 deste mês, mas na altura não tive tempo de dizer tudo o que queria. mas nada mudou, excepto a minha adoração por esta pequena-grande cidade que cresce (a adoração, não a cidade!!!!!) a cada visita)

(não pretendo com este título copiar a tua deixa, margarida, do teu blog absolutamente fabuloso :), nem de nenhum outro blog!)

Serve este post para falar de Copenhaga, e de outras coisas boas..

Copenhaga é fixe. Copenhaga é linda. Copenhaga é adorável. Copenhaga é encantadora. Copenhaga deve ser um sítio fantástico para viver... mas também não é um sítio nada mau para se morar a cerca de uma hora ou 50 km, ou uma fronteira e uma ponte submarina e uma ilha artificial de distância.
Como já li em mais do que um sítio, Copenhaga tem o tamanho certo: não é muito grande, mas também não é muito pequena. Não tenho qualquer base científica para dizer isto, mas dá-me ideia que é mais pequena que Lisboa... pelo menos maior não me parece. E o que é que Copenhaga tem que as cidades suecas onde já estive não têm? Bem, muita coisa.. mas VIDA, é uma delas. Não consigo definir isto muito bem.. mas pronto, acho que tem vida. E quem tem muita coisa para oferecer, muito mais do que apenas fachadas bonitas...

Copenhaga tem canais, tem água, tem ruas pedonais, tem prédios bonitos (e diferentes uns dos outros) ao virar de todas as esquinas. Copenhaga tem gente, pessoas, turistas, dinamarqueses, suecos, indianos, hippies, estudantes, dreads, sei lá. Tem pessoas a tocar violinos, copos, guitarra, instrumentos de sopro ou bandas completas (incluindo aquela banda de índios e flautas irritantes que sim, está em todo o lado). Tem pessoas a beber cerveja e comer gelados nos relvados que apanham sol, junto aos canais. Tem bicicletas, relva, tem restaurantes, bicicletas, bares, cemitérios, jardins, bicicletas, barcos, estátuas, autocarros de dois andares, cisnes, torres fixes... mas também tem vagabundos, pessoas a urinar em caixotes do lixo e a vomitar atrás de bancos, pessoas a cantar beastie boys alto e bom som nas ruas, pitas fashion histéricas a beber na praça principal, pessoas a dormir em cantos ou a apanhar sol em nyhavn. Copenhaga tem a sereia, a pequena sereia ou lille havfrue, gosto de lá ir e observar os turistas a tentar chegar e tocar-lhe, os menos ágeis na ponta dos pés e os mais atrevidos a tentar apalpar ambos (!) os seios.

Copenhaga é uma cidade... uma cidade real, e sinto-me bem lá e por isso gosto de lá ir.

Copenhaga tem Christiania. Christiania é no mínimo, um sítio peculiar. Às vezes penso que gostava de lá viver, género oásis no meio da cidade. De manhã cedo parece que se está no campo, não se ouvem carros nem sons urbanos, só passarinhos e gritos ocasionais de crianças. As casas são estranhas e todas diferentes, e têm invariavelmente tralha das mais diversas categorias à porta (aberta). Mas consegui espreitar em algumas, e devo dizer que os interiores não podiam ser mais diferentes do exterior. Giras, design-friendly e com um ar acolhedor.
Mas há alturas em que me sinto completamente estranha ali também.... se a visitar mais tarde, quando já há mais gente na rua, os olhares que lançam fazem-me sentir uma turista e sinto-me mesmo ligeiramente ameaçada. E à noite, a ir para o concerto, sou só mais uma no meio da escuridão.
Mas gosto do espaço, das paredes, das pinturas, dos objectos que povoam este pequeno recanto da cidade.

Também gosto de ver Copenhaga de cima. Sítios para subir é coisa que não falta, e vale mesmo muito a pena... quando se está lá em baixo nem sempre dá para nos apercebermos, mas lá em cima, em qualquer direcção que se olhe, há sempre uma torre ou igreja ou telhado ou cúpula bonita para se ver. Com ou sem vertigens.

Gosto de chegar a Copenhaga, gosto de lá estar, e gosto de sair de lá (sempre) contente por ter lá estado, nunca até agora me custou largar os 18 euros de ida e volta, antes pelo contrário.

E apesar de custar muito (ainda mais do que eu pensava) deixar as visitas especiais no aeroporto, há (pequenas) coisas que conseguem voltar a pôr um sorriso na cara e no pensamento (apesar da maldita afta tripla que sobrevive há quase uma semana na minha boca e me impede de sorrir como deve ser). Coisas como a paisagem infinita do Öresund quando saímos do túnel... como descobrir que afinal não vai ser preciso mudar de comboio em Malmö e posso continuar sentadinha no meu lugar da janela... chegar à estação e ter a bicicleta (velha, feia, torta, sem cestos nem luzes nem suportes atrás ou em lado nenhum, mas pronto anda e foi de borla (vénia ao luís), trava com os pedais e tem um guiador fixe) à espera na estação para chegar a casa mais depressa. Apesar de quase ter engolido um insecto qualquer do tamanho aproximado de uma mosca e em consequência quase ter caído da bicicleta. Tudo isto banhado com o sol escandinavo no seu melhor, e com a companhia dos the killers.

5 comments:

RC said...

Muitos parabéns ao autor das fotos...não sei quem é nem se são todas do mesmo...Há milhentos fotologs e imagens e o diabo a quatro espalhados pela net...este "purplebottle" é belo e distingue-se bem do resto.

maria 3a said...

copenhaga parece fixe. eu antes não queria especialmente conhecer copenhaga. eu agora quero ir a copenhaga. e copenhaga vai ser fixe =D

Rita said...

O que eu nunca pus em palavras...
..perfect...por isso gosto de cá (em cph) viver, e me imagino cá a viver muito tempo...
..é espectacular, incrível, cosmopolita e acolhedora ao mesmo tempo...qualidade de vida no seu máximo!

Bjs às duas!

Susana said...

Ora aqui está um retrato de Cph muito fiel! :)
Ao contrário de muitos outros locais/coisas, Copenhaga não se estranha, entranha-se logo.
Acho que o que mais me salta à vista é que, apesar de ser uma cidade pequena, possui tudo o que uma grande cidade tem mas de uma forma invulgarmente harmoniosa, relaxada e natural. É heterogénea e multicultural, mas simultaneamente coerente e unida... Hmm, não consigo explicar, mas é impossível não se deixar cativar. :)**

Artur said...

Já agora gostaria também de fazer a minha declaração de amor a esta cidade fabulosa. E a uma pessoa muito fixe :) ...

Pronto. Era só isso.

Ah, e obrigado rcruz, ainda bem que gostaste das fotos.